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2012 - Livro Vermelho 2013

Senecio pohlii Sch.Bip. ex Baker NT

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 09-05-2012

Criterio:

Avaliador: Miguel d'Avila de Moraes

Revisor: Miguel d'Avila de Moraes

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Espécie com EOO>20.000 km², AOO<500 km² sujeitas a mais de 10 situações de ameaça. Espécie com distribuição nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, também em unidades de conservação (SNUC), em em diferentes formações vegetais. Os biomas que englobam as duas regiões citadas são Cerrado e a Mata Atlântica, conhecidas pela grande diversidade vegetal e, também, pelas ameaças constantes, consequência de incêndios, ocupação irregular, exploração vegetal e agricultura, podendo ameaçar, a longo prazo, a sobrevivência da espécie em questão.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Senecio pohlii Sch.Bip. ex Baker;

Família: Asteraceae

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Distribuição

Ocorre em Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro (Teles, 2012).

Ecologia

Erva perene, encontrada em diferentes formações campestres; fértil de dezembro a julho, polinizada por insetos e dispersada pelo vento (Teles, 2008).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes O Espinhaço é marcado, empraticamente toda a sua extensão, por uma ocupação humana antiga vinculada àextração de ouro ou diamantes e atividades associadas. No entanto, com odeclínio das jazidas no final do século XIX, as cidades perderam importância evárias delas vivem atualmente de sua história, encontrando no turismo suaprincipal atividade econômica. Outras estão resignadas a atividades em pequenaescala, como a agricultura de subsistência e o extrativismo. Devido àtopografia irregular e ao solo impróprio para agricultura, os campos rupestresnão parecem sofrer pressão antrópica acentuada. No entanto, estão sujeitos aqueimadas frequentes. Em alguns pontos, estão sendo substituídos pormonoculturas de eucaliptos e pinheiros. Em outros, principalmente próximos aoscentros urbanos, o aumento no número de casas de veraneio e pousadas ésurpreendente. São comuns também a coleta de toneladas de capítulos desempre-vivas (principalmente Eriocaulaceae e Xyridaceae) para exportação, aretirada de orquídeas, cactos e bromélias para cultivo e a extração dediferentes espécies de canelas-de-ema (ou candombás) resinosas para combustível(Giulietti et al., 1997). Muitas dessas populações são pequenas ea retirada de indivíduos nesses casos pode reduzir significativamente e demaneira irreversível sua variabilidade (e.g. Cavallari et al., 2006),podendo desencadear um processo que culminará com sua extinção. A interferênciahumana nas comunidades dos campos rupestres, portanto, não é desprezível e játem sido notada através da menor variabilidade genética e morfológica empopulações de plantas do espinhaço (e.g., Gomes et al., 2004;Pereira et al., 2007). O grande número de espécies vegetaisexclusivas dos campos rupestres rende à sua flora a condição de insubstituível.Suas espécies microendêmicas são muitas vezes representadas apenas por pequenaspopulações e estão por isso mais suscetíveis a episódios estocásticos naturaisou provocados pelo homem. Portanto, os campos rupestres são intrinsecamentericos em espécies vulneráveis e necessitam de proteção especial (Burman,1991 apud Rapini et al., 2008). A consciência de que a flora das serras do espinhaço deve ser conservada não é recente e tem sido reforçada acada novo levantamento. Ainda são poucos os estudos capazes de estabelecerprioridades para a conservação da biodiversidade nos campos rupestres, apesarde importantes, várias unidades de conservação não representam toda aheterogeneidade biológica regional e não possuem uma configuração ideal paraconservação e manejo efetivo de sua biodiversidade (Funch; Harley, 2007). Parase proteger os campos rupestres é imprescindível conhecer as espécies que aliocorrem e como elas estão distribuídas (Rapini et al., 2008).

1.7 Fire
Detalhes Os dados dos Relatórios de Ocorrência de Incêndios Florestais (ROIs) mostraram o registro de sessenta ocorrências de incêndios florestais no interior do PARNA Chapada dos Veadeiros (GO), no período de 1992 a 2003, sendo que o ano de maior ocorrência de incêndios foi 2002 com 11 casos, seguido por 1995 com dez ocorrências. A época em que mais ocorreram os incêndios foi a estação seca, sendo o pico o mês de agosto, seguido pelos meses de setembro e julho. Cerca de 88% dos incêndios florestais foram de origem criminosa, por negligência ou de causa desconhecida (Fiedler et al., 2006).

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: "Vulnerável" (VU), segundo a Lista Vermelha da flora ameaçada de Minas Gerais (COPAM-MG, 1997).

4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: Ocorre no PARNA Chapada dos Veadeiros, Alto Paraíso - GO; P.E. Pico do Itambé, Sto Antônio do itambé - MG; P.E. Itacolomi, Ouro Preto - MG; P.E. Ibitipoca, Lima Duarte - MG; PARNA Serra da Canastra, São Roque de Minas - MG.

Referências

- TELES, A.M. Contribuição ao estudo taxonômico da tribo Astereae no Brasil e Senecioneae (Asteraceae) no estado de Minas Gerais. Rev. Biol. Neotrop., v. 5, n. 1, p. 71-72, 2008.

- TELES, A.M. Senecio in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB025261>.

- FUNCH, R.R.; HARLEY, R.M. Recon?guring the boundaries of the Chapada Diamantina National Park (Brazil) using ecological criteria in the context of a human-dominated landscape. Landscape and Urban Planning, v. 83, p. 355-362, 2007.

- FIEDLER, N.C.; MERLO, D.A.; MEDEIROS, M.B. Ocorrência de incêndios florestais no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, GO. Ciência Florestal, v. 16, n. 2, p. 153-161, 2006.

- GOMES, V.; COLLEVATTI, R.G.; SILVEIRA, F.A.O.; FERNANDES, G.W. The distribution of genetic variability in Baccharis concinna (Asteraceae), an endemic, dioecious and threatened shrub of rupestrian fields of Brazil. Conservation Genetics, v. 5, p. 157-165, 2004.

- GIULIETTI, A.M.; PIRANI, J.R.; HARLEY, R.M. Espinhaço range region. In: S.D. DAVIS, V.H. HEYWOOD, O. HERRERA-MACBRYDE, J. VILLA-LOBOS, AND A.C. HAMILTON Centres of plant diversity: A guide and strategy for their conservation. p.397-404, 1997.

- CAVALLARI, M.M.; FORZZA, R.C.; VEASEY, E.A.; ZUCCHI, M.I.; OLIVEIRA, G.C.X. Genetic variation in three endangered species of Encholirium (Bromeliaceae) from Cadeia do Espinhac¸ o, Brazil, detected using RAPD markers. Biodiversity and Conservation, v. 15, p. 4357-4373, 2006.

- PEREIRA, A.C.S.; BORBA, E.L.; GIULIETTI, A.M. Genetic and morphological variability of the endangered Syngonanthus mucugensis Giul. (Eriocaulaceae) from the Chapada Diamantina, Brazil: implications for conservation and taxonomy. Botanical Journal of the Linnean Society, v. 153, p. 401-416, 2007.

- RAPINI, A.; RIBEIRO, P.L.; LAMBERT, S.; PIRANI, J.R. A flora dos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço. Megadiversidade, v. 4, n. 1-2, p. 16-24, 2008.

- CONSELHO ESTADUAL DE POLÍTICA AMBIENTAL, MINAS GERAIS. Aprova a lista das espécies ameaçadas de extinção da flora do Estado de Minas Gerais, Deliberação COPAM n. 85, de 21 de outubro de 1997, Belo Horizonte, MG, 1997.

Como citar

CNCFlora. Senecio pohlii in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Senecio pohlii>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 09/05/2012 - 15:07:32